F2: Enzo Fittipaldi faz ultrapassagem dupla, vence em Jeddah e dedica a tio-avô Wilson

Brasileiro se destaca com manobra dupla sobre Correa e Cordeel e leva a melhor em prova com dois safety cars. Maini e Hauger fecham o pódio na Arábia Saudita; Bortoleto abandona

O hino brasileiro ecoou pelo Arábia Saudita neste sábado: Enzo Fittipaldi venceu a segunda corrida da F2 em Jeddah. O brasileiro assumiu a liderança virtual perto da metade de prova, se prejudicou com o segundo safety car do dia, mas garantiu o triunfo com direito a uma bela manobra dupla sobre Correa e Cordeel. Kush Maini, que herdou a pole de Oliver Bearman, ficou com a segunda colocação, à frente de Dennis Hauger – este cravou um lugar no pódio nos metros finais, superando Amaury Cordeel.

Enzo Fittipaldi(à esquerda) faz ultrapassagem dupla e vence corrida 2 em Jeddah — Foto: Reprodução

Esta é apenas a segunda vitória de Fittipaldi na F2. A primeira havia sido na etapa da Bélgica de 2023, na corrida sprint em Spa-Francorchamps. O brasileiro, neto do bicampeão de F1 Emerson Fittipaldi, foi o único piloto do país a completar a prova deste sábado; Gabriel Bortoleto sofreu quebra do semieixo e abandonou ainda na primeira volta.

Enzo Fittipaldi se emociona no pódio após vencer em Jeddah — Foto: Getty Images

Na entrevista pós-corrida, Enzo segurou as lágrimas ao dedicar o triunfo ao tio-avô Wilson Fittipaldi, que faleceu em 23 de fevereiro, aos 80 anos.

Enzo Fittipaldi venceu a corrida 2 da F2 na Arábia Saudita em 2024 — Foto: Pauline Ballet – Formula 1/Formula Motorsport Limited via Getty Images

Resultado

Resultado – F2 – corrida 2 na Arábia Saudita — Foto: Reprodução

A largada

Kush Maini saiu da pole position após Oliver Bearman, da Prema, deixar os compromissos na F2 para substituir Carlos Sainz na Ferrari, na F1. Antes mesmo do início da volta de apresentação, houve o anúncio de que Zane Maloney seria investigado após a corrida por liberação perigosa nos boxes. Taylor Barnard, por sua vez, teve problemas com o carro da PHM e não conseguiu sair do próprio colchete no grid, tendo que largar do pit lane.

Maini largou bem e manteve a ponta na chegada à curva 1, mas houve confusão mais atrás. A direção acionou bandeira amarela no setor 1 após Pep Martí receber um toque na traseira, rodar e parar na pista, prejudicando também Roman Stanek. Instantes depois, o safety car entrou na pista; os dois abandonaram.

O mau desempenho de Gabriel Bortoleto na largada despertou curiosidade, mas novas imagens justificaram o início do brasileiro: houve uma quebra no semieixo do carro da Virtuosi. Gabriel foi aos boxes, mas a extensão dos danos não permitiu o retorno à prova.

A corrida

O safety car deixou a pista antes do início da quarta volta. Maini ditou o ritmo e seguiu à frente na relargada, com Crawford e Enzo Fittipaldi imediatamente atrás. Victor Martins, Dennis Hauger e Isack Hadjar já brigavam pela quinta posição antes mesmo da liberação do DRS. Hauger, que herdou a vitória de Verschoor na sprint, conseguiu a manobra sobre o francês, mas depois foi ultrapassado em dose dupla e caiu para sétimo.

Crawford, Hauger e Verschoor anteciparam seus pit stops enquanto Hadjar, que permaneceu na pista, ultrapassou Martins pela quarta posição. Fittipaldi entrou nos boxes na volta seguinte, na segunda posição virtual; a estratégia valeu um retorno à frente de Crawford. Antonelli veio para cima de Crawford e conseguiu a manobra, mas foi ultrapassado. Melhor para Fittipaldi, imediatamente à frente da briga.

O pupilo da Mercedes teve que pausar momentaneamente a perseguição a Crawford para se defender de Hadjar na traseira. Com o auxílio do DRS, o francês da Campos Racing fez a ultrapassagem e subiu para sétimo.

Na volta 13, enquanto dono da volta mais rápida da corrida, Fittipaldi deixou para trás Kush Maini e assumiu a liderança virtual da prova – Juan Manuel Correa, Amaury Cordeel e Taylor Barnard, que formavam o “pódio”, ainda não haviam feito os pit stops obrigatórios. O brasileiro melhorou o próprio giro, fez nova volta mais rápida e abriu mais de 1s de vantagem.

Mas a corrida sofreu uma reviravolta com o abandono de Franco Colapinto, que esbarrou no muro e rodou antes de colidir. A direção de prova acionou novo safety car, e a maioria absoluta do grid aproveitou para ir aos boxes. Correa e a DAMS, entretanto, optaram por não entrar nos boxes para adotar os supermacios, permanecendo com os médios usados.

Na relargarda, Barnard fez jogo duro, mas escapou e teve que devolver a posição a Fittipaldi, que o perseguia. Bom para o brasileiro, que ampliou a vantagem sobre Maini. Hadjar despencou pelo grid enquanto se queixava de um “problema grande”, mas conseguiu levar o carro de volta aos boxes da Campos.

Cordeel conseguiu a manobra sobre Correa com direito à volta mais rápida da prova. Logo atrás, Maini deixou Barnard para trás e retomou a perseguição a Fittipaldi. No giro seguinte, o brasileiro respondeu com uma manobra dupla espetacular sobre Correa e Cordeel, saltando de terceiro para a liderança.

A prova ainda teve um virtual safety car após Zak O’Sullivan rodar sozinho e gerar bandeira amarela no setor 1. A três voltas do fim, Correa enfim foi aos boxes para trocar os pneus médios. No apagar das luzes, Cordeel perdeu duas posições para Hauger e Crawford – definindo o pódio em Jeddah com Fittipaldi, Maini e Hauger.